O que é Silêncio? Essencialmente
um filme para meditar onde portugueses, não sabem falar português, esforçam-se
por dizer o nome “Ferreira” de forma convincente: nunca conseguem. Definitivamente o diretor
do filme deveria ter escolhido um apelido que os americanos soubessem pronunciar
tipo Trumpa.
Silêncio fala sobre
dois padres jesuítas portugueses que se auto-propõem para ir para o Japão
procurar pelo famoso padre “Feueua” (Ferreira), o qual se dizia que tinha
negado a sua fé e casado com uma japonesa: são esses padres Sebastião Rodrigues
(Andrew Garfield) e Francisco Garrpe (Adam Driver).
Uma vez no Japão, os falsos-tugas vão deparar-se com comunidades cristãs que vivem a sua fé em segredo devido à perseguição de que eram vítimas por uma inquisição nipónica. É perante o sofrimento constante destes mártires que os protagonistas do filme, os dois sacerdotes, se confrontam com o silêncio de Deus perante o sofrimento daqueles que n’Ele creem.
Uma vez no Japão, os falsos-tugas vão deparar-se com comunidades cristãs que vivem a sua fé em segredo devido à perseguição de que eram vítimas por uma inquisição nipónica. É perante o sofrimento constante destes mártires que os protagonistas do filme, os dois sacerdotes, se confrontam com o silêncio de Deus perante o sofrimento daqueles que n’Ele creem.
O filme está povoado com diferentes referências à história da vida de Cristo, desde a chegada a Jerusalém numa burra, ao canto dos três galos, Cristo cativo, o Calvário etc. que ajudam a compreender a mensagem do filme.
Há uma personagem que não
nos deixa de causar alguma estranheza. Falamos de Kichijiro (Yōsuke
Kubozuka) um nativo do Japão que irá ajudar os jesuítas portugueses com o
terreno, levando-os a aldeias perdidas, antigas aldeias cristãs. A sua
peculieridade está, contudo, nas inúmeras vezes em que renega Cristo e, depois,
se confessa pedindo perdão… Pode parecer uma personagem um tanto ridícula,
porém, até que ponto nós não somos, também, um Kichijiro? Sempre a fazer
porcaria, com medo das represálias, pensando sempre mais em nós que nos outros?
É inegável o impacto que
este filme tem tido do ponto de vista das questões que levanta: uns
classificam-no de uma apologia do relativismo (em especial nos meios mais
conservadores dos EUA), outros dum alerta para a repressão ideológica e
religiosa que se vive um pouco por todo o mundo, e de formas bem diferentes.
Não queremos ser
spoilers, contudo, devido à complexidade das questões que o filme levanta (que
motivou, em Portugal, a realização de diversas atividades em torno dos temas do
dito filme, organizadas pela Companhia de Jesus, pelo Museu de São Roque,
Fundação do Museu do Oriente, entre outros…), achámos por bem partilhar uma
entrevista do realizador do filme, Martin Scorsese, a partir da qual se
consegue algumas linhas de pensamento a ter em conta aquando duma reflexão
sobre as questões levantadas.
Queremos também partilhar convosco a participação dum jesuíta português, o padre Nuno Branco, que em conjunto com a artista japonesa Kumi Matsukawa fez um trailer desenhado do filme. O resultado foi curioso… Vejam a entrevista mais a baixo e o trailer aqui.
Queremos também partilhar convosco a participação dum jesuíta português, o padre Nuno Branco, que em conjunto com a artista japonesa Kumi Matsukawa fez um trailer desenhado do filme. O resultado foi curioso… Vejam a entrevista mais a baixo e o trailer aqui.
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