Sabias que...? - Selma (2014)

Bem caros seguidores, esta semana temos algo um pouco diferente para vocês. Estão curiosos? Por alguma razão abrimos a vocês a secção de curiosidades. E numa altura em que a vinda de refugiados tem sido o assunto do dia, nada melhor que começarmos isto com um filme da luta contra o racismo: Selma (2015).

Backstage_______________________________________

• Este filme era para ter um elenco ainda mais recheado de estrelas tais como Hugh Jackman, Robert de Niro e Liam Neeson que eram para ser o Xerife Jim Clark, o governador George Wallace e Lyndon Johnson respectivamente.

• No ínicio o filme era para ser realizado por Lee Daniels (realizador do filme com um tópico similar The Butler) mas acabou por ser a realizadora Ava Duvernay.

• Steven Spielberg e Spike Lee estiveram interessados em dirigir o elenco de Selma.

• Na realidade e apesar de não mencionado no filme a personagem de Common (James Bevel) e de Tessa Thompson (Diane Nash) casaram-se em 1961 e tiveram 2 filhos divorciando-se 7 anos depois.

• Tim Roth viveu no tempo da personagem que interpretou (governador George Wallace) e lembra-se dele como um “monstro”.

• David Oyelowo esteve 7 anos a lutar pelo papel de Martin Luther King Jr. visto que Lee Daniels achava que ele não servia, mas que com a vinda da nova realizadora foi David a conseguir o papel.

• O filme foi exibido gratuitamente no Walton Theater Selma, local onde a marcha começou.

• Carmen Ejogo interpretou pela 2ª vez na carreira a esposa de Martin Luther King Jr. e aquando da sua 1ª interpretação em 2001 (Boicote) teve a aprovação de  Coretta Scott King.

Coretta Scott King e Martin Luther King Jr. á esquerda e á direita Carmen Ejogo e David Oyelowo, representando respectivamente os da esquerda.

• O discurso que encerra o filme não é o original proferido por Martin Luther King Jr. pois a realizadora teve de o reescrever visto ser outro estúdio que não aquele que rodou o filme a deter os direitos sobre o mesmo. 

Os intervenientes________________________________

• Martin Luther King Jr foi registado erradamente como Michael, sendo que posteriormente o seu nome foi alterado para Martin Luther.

• Assim como seu pai, Martin Luther King Jr. Foi um  pastor da igreja evangélica servindo esta como diretriz para os valores incutidos durante as marchas por ele organizadas. Martin acreditava que protestos pacíficos numa região do país marcada pela presença de diversos conflitos sociais (entre eles, racistas com estilo da Gestapo) e com uma forte influência dos media, poderia ser algo que se virasse a favor dos manifestantes. E estava correto. A morte de Jimmie Lee Jackson acabou por despontar esse outros pontos. Jimmie é morto num café após fugir das agressões policiais após participar numa marcha noturna, acabando por falecer 8 dias após a entrada no Selma’s Good Samaritan Hospital. O policia que o matou (James Bonard Fowler) acabou por ser julgado em 2007 por homicídio do jovem sendo lhe atribuídos 6 meses de prisão.

• Annie Lee Cooper (interpretada por Oprah Winfrey) existiu mesmo. Foi uma senhora ativista que se mudou para Selma (sua terra natal) após ter vivido em Kentucky. Acabou por falecer a 24 de novembro de 2010 com 100 anos. Efetivamente, houve um conflito fisíco entre Annie e o xerife Jim Clark, mas este não foi como o filme o descreveu. Annie aguardava há horas para poder proceder às burocracias que eram exigidas para que um cidadão de raça negra podesse ter direito de voto. O xerife em causa ordenou que Annie desocupasse o lugar acabando por a agredir na região do pescoço. Annie não se deixou de defender acabando por dar resposta às agressões. Infelizmente, o xerife e a sua trupe continuaram a bater em Annie após a retaliação desta. 

Oprah Winfrey em Selma e Annie Lee Cooper na imagem da direita.

A Causa_________________________________________

• Apesar de existir muita segregação no sul dos estados unidos da américa, um dos problemas que continuou a ser obstáculo ara os cidadãos negros foi o direito ao voto, sendo por isso esse o principal foco do filme e não outras situações pelas quais Martin também lutava contra. Dos objetivos de Martin podemos destacar o fim da segregação tanto na sociedade como no trabalho.

• O filme tem este título visto a famosa marcha retratada nesta obra ter começado na cidade de Selma, Alabama.

• Como é possível ver no filme a marcha só foi possível ser realizada á terceira tentativa.

A primeira foi realizada a 7 de março de 1965 contando com a presença de cerca de 525 negros. Esta manifestação pacifica foi interrompida logo á saída de Selma resultando num confronto violento que acabou por sensibilizar a população dos EUA. A marcha contou com uma fotografia de uma senhora nos jornais dos EUA, Amelia Boynton, que se encontrava quase morta por asfixia e por lesões que se sucederam do confronto e da utilização de gás lacrimogénio por parte dos agentes policiais. Esta senhora morreu no passado dia 26 de Agosto com 110 anos.  

Amelie Boynton. 

A segunda marcha realizou-se a 9 de Março de 1965, contou com 2500 participantes. Infelizmente esta também foi interrompida uma vez que, por ordens judiciais os manifestantes não poderiam realizar a marcha até ao final dessa semana. Assim acabaram por conseguir um meio termo até que os mandassem parar. Nessa noite, 3 ministros que vieram á marcha foram atacados por membros do Ku Klux Kland, acabando um deles por morrer uma vez que o Hospital de Selma se recusou a prestar cuidados ao aristocrata. James Reeb acabou por falecer no dia 17 de Março de 1965.

A terceira e última marcha de Selma a Montgomery  realizou-se a 21 de março de 1965 contando com a presença de 8000 pessoas brancas, negras, asiáticas, judeus entre outros membros de religiões e raças. A chegada desta marcha a Montgomery foi a 25 de março de 1965 acabando com um total de cerca de 25000 pessoas e com o discurso de Martin Luther King Jr. Designado “How Long, Not Long”.

• O percurso realizado pela marcha Selma- Montgomery foi imortalizado tornando-se um trilho histórico para os Estados Unidos.

Sinalização do local da marcha.

• Martin Luther King Jr. foi a pessoa, na altura, mais nova a receber um prémio nobel. Após a morte do ativista, em 1986 foi marcado como feriado nacional o Dia de Martin Luther King Jr. Sendo este celebrado na terceira segunda-feira do mês de Janeiro.